O mercado financeiro oferece múltiplas oportunidades, tanto para quem deseja investir em longo prazo quanto para quem pretende especular. Para viabilizar algumas operações, como a venda a descoberto, existe o aluguel de ações — você sabe como ele funciona?
Esse processo envolve duas partes e pode ser benéfico para ambas: quem disponibiliza os próprios ativos após investir em ações e quem os aluga. Porém, para aproveitá-lo é necessário conhecer suas características e seu funcionamento.
A seguir, compreenda como é o aluguel de ações e veja quais oportunidades ele oferece!
O que é o aluguel de ações?
Quando um investidor compra ações pensando no longo prazo, ele pretende manter os papéis na carteira de investimentos à espera da valorização, certo? Nesse período, é possível lucrar também com proventos e há a chance de realizar o aluguel dos ativos.
Isso acontece porque operadores do mercado financeiro buscam ações para negociações específicas. Na prática, o aluguel de ações consiste em um tipo de empréstimo de ativos, mediante remuneração.
Logo, quem detém as ações aluga para quem deseja executar operações no mercado. Existe um contrato, com a garantia de receber de volta os papéis ao final do período alugado.
Como funciona o aluguel de ações?
Para entender melhor o processo, é preciso compreender o funcionamento do aluguel de ações. Esse processo começa com o interesse de quem tem os papéis na carteira.
Na outra ponta, há o especulador que deseja alugar os ativos, sendo essa uma solução para não ter que partir para a compra e venda de ações. Então, quem opta por alugar deve fazer o pagamento de uma taxa — que remunera o proprietário dos ativos.
Além disso, há outras taxas envolvidas nas operações, como a taxa de corretagem para a instituição financeira e os emolumentos da bolsa de valores. Também é necessário apresentar garantias para a operação, as quais serão liquidadas caso as condições de devolução não sejam cumpridas.
Com as ações alugadas, o especulador pode realizar operações variadas — como vendê-las em determinado momento esperando comprar mais barato depois. Já o investidor, que é o dono dos papéis, só poderá, em alguns casos, movimentar suas ações ao final do período de locação.
Em outras situações, o investidor — que segue com suas ações na carteira — pode movimentá-las e, inclusive, vendê-las, a qualquer momento. Tudo dependerá do contrato estabelecido.
Quem são as partes envolvidas?
Um dos aspectos básicos de como funciona aluguel de ações é a participação de duas partes interessadas: o doador e o tomador. O doador corresponde ao investidor de longo prazo que possui os ativos e os disponibiliza para aluguel mediante um preço.
Já o tomador é quem aluga, fazendo o pagamento dos valores acordados. Normalmente, o tomador de tal tipo de aluguel é um especulador da bolsa, que foca em operações mais curtas no mercado de ações.
Para que serve o aluguel de ações?
Até aqui, você entendeu quais são as etapas do aluguel existente na bolsa de valores e qual é o papel de cada parte. Mas, afinal, qual é a função dele? Na prática, os objetivos são diferentes para quem oferece os papéis e para quem os aluga.
No caso do doador, o aluguel de ações é útil para rentabilizar a carteira, buscando uma nova forma de obter ganhos. Em uma analogia, é o que acontece com quem adquire um imóvel e o disponibiliza para o aluguel. É um modo de obter ganhos sem vender o ativo.
Para o tomador, esse processo serve para realizar operações de especulação no mercado, em especial, a venda a descoberto. Ela consiste em operar vendido — sem ter as ações na própria carteira. O objetivo é explorar a baixa do mercado para lucrar.
Além disso, o aluguel pode ser usado para executar operações estruturadas — como a estratégia long & short.
Exemplo prático do aluguel de ações
Para entender melhor a estratégia, imagine que um especulador realize a análise técnica e conclua que determinada ação sofrerá uma queda em breve. Para aproveitar esse movimento, ele faz uma venda a descoberto. Ou seja, ele vende ações que não possui em sua carteira, com ajuda do aluguel.
Depois, a queda se concretiza — o que faz com que o especulador feche a posição. No caso, ele comprará os papéis por um preço menor, após tê-los vendido por um preço mais elevado. A diferença será o lucro da operação.
Como alugar as ações na bolsa de valores?
Após conhecer as características do processo de aluguel, é o momento de compreender como realizar esse aluguel. O processo é diferente para doador e tomador, então é preciso conferir em qual situação você se encaixa.
Veja!
Para doadores
No caso dos investidores, basta informar a sua corretora de valores sobre o interesse em alugar os papéis. A própria instituição providenciará que suas ações fiquem disponíveis para a locação, cabendo ao investidor definir o quanto deseja receber.
Em geral, o total é dado por um percentual do preço de negociação atual do ativo, com vigência durante o ano. Note, entretanto, que um aumento ou uma queda no preço da ação não afetará a cobrança do aluguel.
Imagine que você decida alugar 1000 ações por 3% ao ano. Se os papéis forem negociados a R$ 20,00, o pagamento será de R$ 600,00 por ano. Se o aluguel for mantido por 6 meses, o pagamento passa a ser de R$ 300,00.
Contudo, se a ação passar a ser negociada a R$ 25,00, o contrato vigente permanecerá com o valor anterior.
Para tomadores
Quem deseja alugar as ações também deve buscar a alternativa junto à corretora. Nesse caso, será necessário pagar a taxa de corretagem, os emolumentos e a taxa de registro na B3. Como visto, também é preciso apresentar garantias.
Além disso, deve-se pagar o valor da taxa de aluguel, definido pelo doador. A partir de então, é possível utilizar os ativos em suas operações — até o vencimento do aluguel, quando eles deverão ser devolvidos.
Agora você sabe como funciona aluguel de ações. Como foi possível notar, ele pode ter papel importante para os investidores e os especuladores. Com essa alternativa, os doadores possuem um novo meio de rentabilização, enquanto os tomadores podem realizar operações diversas!
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