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Lições que ficam após a crise

  

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Em momentos difíceis muitas vezes a única coisa que podemos fazer é aprender.

Após diversos acontecimentos inimagináveis afetarem não só a economia, mas também a vida das pessoas de todo o mundo, podemos sem dúvidas tirar alguns ensinamentos de erros cometidos ou decisões equivocadas que tivemos como investidores durante esse momento.

Meu objetivo aqui é trazer algumas reflexões acerca do que podemos fazer de agora em diante para proteger nossa carteira de investimentos e nosso capital de momentos difíceis.

Após toda a turbulência que passamos muitas pessoas viram seu capital cair mais de 50% e ficaram de mãos atadas. Porém, para quem segue investindo e acreditando que a bolsa é o melhor caminho, segue algumas lições que podemos tirar:

Cautela

A primeira coisa que foi perceptível em muitos investidores foi a falta de cautela. Vínhamos de 4 anos de altas na bolsa brasileira, muitos investidores viram isso como uma espécie de caixa eletrônico e acabaram colocando todo o seu capital na bolsa de valores. Sem conhecer riscos, sem entender ao certo como funciona a renda variável. Vimos nos últimos anos um crescimento exponencial no número de novos investidores cadastrados na B3, muitos desses ainda despreparadas, sem o conhecimento necessário e com uma posição exagerada em risco.

Assim, uma das primeiras lições que podemos tirar de tudo isso é cautela. Tenha mais cuidado com seus investimentos. Tenha um percentual em renda fixa, mesmo que as taxas de juros estejam baixas. Pense em sua proteção, tenha uma reserva de emergência, e gerencie com muito cuidado as suas ações.

Uma coisa que os fortes movimentos de queda na bolsa mostraram é que as pessoas acabam tomando atitudes sem motivos. Muitas movidas apenas pelo fato de seguir o que outras pessoas farão. É o tal do efeito manada: bolsa cai, todo mundo vendendo, aí você vai lá e vende. E vende, na maioria das vezes, sem pensar no real impacto que isso teria nas empresas do seu portfólio. Basicamente os investidores menos experientes acabam “Comprando por fundamento e vendendo por sentimento”.

Diversificação em todos os níveis

Nos momentos de crise, em que pessoas acabam vendo seu capital se desvalorizar de forma absurda, passamos a entender o valor de uma boa diversificação.

E para você ter uma boa diversificação você deve fazê-la em todos os níveis.

Diversificação em grupos de ativos:

Tenha uma carteira bem dividida entre renda fixa e renda variável. Renda fixa pode pagar pouco mas acaba sendo a proteção do investidor. É importante ter renda fixa como parte do seu portfólio. Até mesmo como reserva de emergência.

Diversificação a nível país:

Tenha ativos de economias mais fortes. Atualmente no Brasil temos cerca de 350 empresas listadas na bolsa, enquanto nos EUA tem mais de 5.400 empresas disponíveis para você investir pela bolsa de valores. Além de ter empresas mundiais e muito mais sólidas do que empresas aqui do Brasil.

Além disso, muitas vezes vemos os ativos sofrerem desvalorização por conta de movimentações políticas. Isso acaba sendo reduzido quando temos uma parte do nosso patrimônio em ativos estrangeiros.

Tipos de ativos:

Você não precisa investir somente em ações. Existem diversas possibilidades de mercados que possibilitam você alocar parte do seu capital no intuito de diversificar sua carteira. Moedas podem ser uma boa forma de diversificar. O dólar por exemplo é a moeda mais forte do mundo, e em momentos de crise, acaba sendo o porto seguro de muitos investidores. Assim como o ouro, também acaba sendo um ativo de proteção em momentos de pânico nos mercados mundiais.

Portanto, não se limite somente a empresas, uma boa diversificação pode também conter diferentes tipos de ativos.

Setores:

Se você tem boa parte do seu capital em bolsa aqui no Brasil, fique atento a diversificação entre setores. Na crise causada pelo COVID-19, observamos o setor de aviação e turismo sofrendo duramente com os impactos da pandemia, com ativos caindo cerca de 80%. Enquanto isso, os setores de exportação, proteína animal, papel e celulose por exemplo, podem acabar se recuperando mais rápido.

Portanto se atente a fazer uma boa diversificação entre os setores, essa pode ser mais uma ótima forma de você blindar sua carteira.

Evite o sensacionalismo

Quando se trata de investimentos, o sensacionalismo acaba sendo um dos piores inimigos do investidor. Na busca por cliques ou por audiência, alguns veículos acabam causando o pânico. 

Para seus investimentos, busque boas fontes de informação. Não tome nenhuma decisão em meio ao caos ou euforia, apenas avalie a situação. Tenha cautela em momentos difíceis e refaça suas análises periodicamente. 

Foco no longo prazo

Sempre que você tiver medo na bolsa, pare e faça a seguinte pergunta:

Por que eu estou investindo?

Se o seu objetivo for de longo prazo, siga com sua carteira bem diversificada focado somente no longo prazo. A maioria das pessoas que vendem em momentos de pânico acabam se prejudicando. Tenha cuidado e foque nos seus objetivos. Para quem foca no longo prazo, momentos ruins são somente ruídos.

Concentre-se em empresas sólidas

Um portfólio com boas empresas é muito importante para o investidor atravessar momentos delicados. Com a chegada do COVID-19 ao Brasil, chegou também o isolamento social, e muitas empresas não puderam trabalhar por algumas semanas ou até alguns meses. 

Se uma empresa não estava bem antes da crise, as chances de ela sair ilesa de um momento conturbado é mínima. Empresas boas vão dar mais segurança ao investidor em um momento difícil.  Concentre-se em boas companhias.

Com todas essas lições e mais algumas que podemos tirar fazendo uma breve reflexão do que ocorreu em um momento difícil, podemos ficar ainda mais fortes como investidores e, aos poucos, blindando nossa carteira de investimentos de acordo com nossas necessidades e objetivos.

Peça ajuda ao seu assessor de investimentos. Ele vai lhe ouvir, entender o seu perfil de investidor e sugerir a você bons investimentos que estejam alinhados aos seus objetivos.

Róger Morais

 

 



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